sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Sonhocídio


As horas não passam
E aos poucos, os olhos fixos num ponto
são consumidos por olheiras cada vez maiores.
Viver cansa.
Assim como sorrir exige motivos ínfimos
sonhar necessita apenas de um cochilo
Eis a verdade da insônia;
Dias de tentativas e noites falidas
até perceber o quanto fui cruel
Matei noites!
Dizem que elas são crianças
crianças que dormem, sonham
e acordam dispostas a brincar
sem o peso do dia anterior.
Por isso exijo o sono
Fantasias e criações de uma noite bem vivida
desejos e realizações de um dia bem sonhado
Afinal,
viver só cansa
quando o sonho descansa.

(José Avelino)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Re(des)fazendo


A verdade é que não sei;
E na ausência de respostas,
criar insinua um tipo de viver;
Pessoas, animais e pessoas novamente;
Onde o real é sopa fria na geladeira
esperando ser requentada;
Verdades construídas e destruídas,
assim como o que sou;
Hoje e ontem, tudo e nada;
Caminhos abertos por ações
e sufocados pelo desejo de realizar-se.

O que você quer?

A verdade (reinventada) é que não sei;
Sinto-me melhor assim;
Anestesiado até a sopa esquentar;
É tudo tão irreal...

(José Avelino)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Chicleteiro eu...


Toda noite ao deitar na cama
mastigo o dia relembrando fatos
e nem sempre sinto seu gosto.
Na verdade nunca senti.
Entretanto, saboreio dia-a-dia apenas a possibilidade;
Um chiclete maldito,
sem cor e desgastado
que me distrai em análises...
Cada expressão um sentido;
Cada palavra um sorriso;
Cada sinal um aviso;
Serás doce?
Sejas o que for.
Todo dia acabo mastigando além do que devia.

(José Avelino)